quarta-feira, 6 de abril de 2016

OS ÍDOLOS COM PÉS DE BARRO

Ídolos com pés de barro são aqueles que se colocam ou são colocados num pedestal sem o suficiente suporte e merecimento para tanto. Embora dotados de pequenez intelectual, passam a ser adorados por um séquito de pessoas cuja pobreza de espírito lhes traz uma necessidade doentia de terem um ídolo ao qual possam seguir cegamente, destituídos que são de decidirem sozinhos sobre seus próprios destinos. E assim juntos, acabam criando uma espécie de sociedade fictamente ideal e superior.

Acontece que a transitoriedade é a principal característica dos ídolos com pés de barro. Pela fragilidade da base que lhe dá sustentação eles estão predestinados a ruir e quebrar em mil pedaços frente a mais leve brisa contestatória ou investigatória. E então restarão tão somente milhares de cacos que nunca mais eles conseguirão remendar.

Pois no Brasil, os denominados "coxinhas" já criaram e adoraram uma série de ídolos que o tempo acabou revelando terem os pés de barro.

Já tivemos um promotor que batia e torturava a mulher, promotores que tentaram demonstrar uma erudição que não possuíam e acabaram no ostracismo ridicularizados e apelidados de "os três patetas", uma advogada que assinou um pedido de impeachment de Dilma e depois deu demonstrações públicas de ódio, destempero e agressividade, um juiz que, além de atropelar a lei, fotografa sua própria máscara, revelando ser prisioneiro do pecado da vaidade e agora um ex-ministro do STF que aparece em uma lista denominada Panama Papers, nome dado ao vazamento de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, fato que por si só, em princípio não configura crime, mas que demonstra que ainda que a transação tenha sido legal, surgem dúvidas sobre sua eticidade e moralidade.

Isso porque a Mossack Fonseca “é uma empresa de gestão financeira com sede no Panamá, paraíso fiscal por onde circulam trilhões de dólares oriundos do narcotráfico, da corrupção, do comércio de armas, da lavagem de dinheiro e, também, de dinheiro limpo em busca do discutível privilégio da isenção fiscal, advindo daí a expressão “paraíso” (Jeferson Miola).

Por outro lado, apesar de estar constantemente submetido a uma espécie de pelotão de fuzilamento formado pela grande mídia golpista com seus petardos caluniosos, difamatórios e injuriosos, Lula, com sua sabedoria sem firulas retóricas, continua arrastando multidões para as manifestações em que se apresenta para proferir seus discursos carismáticos e certeiros, com sua linguagem simples que fala diretamente com a mente e o coração principalmente das camadas mais simples da população. Aliás, dizem as estatísticas que o PT é o único partido atualmente, que tem aumentado o número de filiações, significando que esta perseguição implacável ao partido está surtindo efeito contrário ao desejado.

É pessoal, a vida não está nada fácil para os fascistas golpistas. Seus ídolos, conforme já vaticinou Dilma Rousseff, não resistem a uma simples pesquisa no Google. Praticamente todos os ídolos eleito pela direita na verdade, são santos com os pés de barro. A cada dia fica demonstrado que a aura da moralidade que lhes querem atribuir, além de ilusória, é muito pesada para eles e facilmente se esboroa diante de qualquer investigação fática minimamente honesta, eis que as bases sobre as quais querem construí-la, são frágeis e não lhes dão sustentação.

Assim como os argumentos por si só não se sustentam sem uma boa base filosófica que lhes dê fundamento, também as imagens de pessoas equivocadamente santificadas e idolatradas não permanecem em pé, e são facilmente infirmadas quando construídas sobre os terrenos pantanosos da vaidade, da imoralidade mal disfarçada, do ódio, da agressividade e da mentira.

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS


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