A
5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) manteve sentença
que declarou nula a dispensa de uma trabalhadora durante o período em que ela
recebeu auxílio-doença pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A
turma adotou entendimento expresso no voto de João Bosco Barcelos Coura, juiz
convocado, de que havendo concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio,
somente se concretizarão os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício
previdenciário — conforme a Súmula 371 do Tribunal Superior do Trabalho.
Em
seu voto, o relator do caso, Márcio Flávio Salem Vidigal, observou que o
benefício previdenciário foi concedido no período da projeção do aviso prévio
indenizado, ressaltando que este integra o contrato de trabalho para todos os
efeitos legais. O desembargador registrou que a concessão de benefício
previdenciário em razão de doença profissional ou doença comum suspende o
contrato de trabalho e, por essa razão, a dispensa somente poderá ser
concretizada após o fim do prazo do auxílio-doença, independentemente da
existência ou não de nexo causal entre a doença e o trabalho desenvolvido.
Na
petição inicial, a trabalhadora alegou que a sua dispensa sem justa causa, em 2
de junho de 2014, não era válida porque seu contrato de trabalho estava
suspenso. O INSS concedeu para ela o auxílio-doença para o período entre 28 de
maio e 27 de junho de 2014. A empresa, em defesa, sustentou a validade da
dispensa da trabalhadora porque somente em 27 de junho de 2014 foi concedido o
benefício previdenciário. O exame médico demissional, realizado em 6 de junho
de 2014, considerou a trabalhadora apta, segundo a reclamada.
A
3ª Turma manteve a sentença que condenou a empresa ao pagamento do aviso prévio
indenizado de 33 dias; férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3; 13º
salário proporcional e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com a multa
de 40%, compensados os valores já quitados no Termo de Rescisão de Contrato de
Trabalho.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-3.
0002488-70.2014.5.03.0181
ED
Jorge
André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
http://www.conjur.com.br/2015-abr-09/demissao-vale-fim-prazo-auxilio-doenca-decide-trt

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