terça-feira, 31 de dezembro de 2013

MINHAS PERDAS


Infelizmente os anos de 2.012 e 2.013, foram aqueles em que eu perdi a crença no poder judiciário no qual até então eu depositava toda a confiança. Eu era até chamado de inocente por alguns colegas advogados quando defendia a imparcialidade de nossos juízes e tribunais com unhas e dentes. Pois eu acabei me desiludindo e para meu estupor, esta desilusão adveio justamente daquele que eu imaginava ser o nosso mais alto tribunal, de onde deveriam emanar as decisões plenas de sabedoria, equilíbrio e razoabilidade.

Para minha decepção, aquele tribunal que deveria ser o farol norteador de todo o restante das instâncias inferiores do judiciário, liderado por Joaquim Barbosa e outros ministros que em tese, deveriam ser dotados do tal de notável saber jurídico, acabou se vergando às injunções políticas, deixou aflorar suas vaidades diante dos holofotes da mídia e condenou sem provas jogando no lixo séculos de avanço no que tange ao direito material e processual penal. Bibliotecas inteiras e teorias centenárias que visavam salvaguardar o indivídio da ingerência do estado conforme acontecia na época da inquisição e do absolutismo foram destruídas como se fossem castelos de areia.

Dói mais ainda quando vejo boa parte da população incauta aplaudir, sem ter a noção de que, como eu já tenho falado repetidamente, tais decisões inquisitórias acabam ao final, prejudicando justamente as camadas mais pobres e desprotegidas da população. Na verdade, eles estão aplaudindo a chegada da guilhotina que amanhã irá lhes decepar o pescoço.

De qualquer maneira, espero que o tempo passe, transite em julgado e varra a lembrança nefasta destes ministros desprezíveis jogando-os no lugar onde merecem: a lata de lixo da história.


Jorge André Irion Jobim

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