sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

ECONOMISTA PROVA EM 11 PONTOS QUE A ECONOMIA DO BRASIL ESTÁ BOMBANDO

"Ano termina surpreendendo os pessimistas", escreveu Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master e professor da FGV-SP. Com Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, governo Lula teve um primeiro ano de surpresas.
Por Tulio Gonzaga
 
Ao final do primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às vésperas da virada para 2024, o Brasil tem apresentado melhoras significativas na economia. Medidas como a aprovação da PEC da Transição, o novo Arcabouço Fiscal, a aprovação da reforma tributária e o aumento do salário-mínimo garantiram resultados que mostram que a economia brasileira está em boa fase.
 
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master e professor na Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) publicou em suas redes sociais 11 motivos que indicam o sucesso da economia brasileira em 2023. Segundo ele, o início do ano veio acompanhado de previsões negativas, porém o cenário mudou: "O ano termina surpreendendo os pessimistas!".
 
Os 11 porquês
 
1. Balança comercial em alta
 
Descrita como a diferença entre exportações e importações, a balança comercial brasileira registrou superávit recorde em novembro deste ano, no total de US$ 8,8 bilhões (R$ 42,4 bilhões), de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
 
O desempenho foi 41,5% superior em relação ao mesmo mês de 2022, beneficiado pela queda nas importações de combustíveis e compostos químicos, além da safra recorde de soja – colheita de 323 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O crescimento foi de 18,4% em comparação com a safra anterior.
 
Em novembro de 2023, comparado ao mês do ano passado, as exportações cresceram em 0,6% e somaram R$ 134,5 bilhões, ao passo que as importações reduziram em 11,2% em um total de R$ 92,1 bilhões.
 
No total acumulado entre janeiro e novembro deste ano, e em comparação ao mesmo período de 2022, as exportações somaram R$ 1,5 trilhões – crescimento de 0,5% – e as importações totalizaram R$ 1,07 trilhões – queda de 12,1%. O superávit  da balança comercial foi de R$ 433 bilhões, maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989.
 
2. Dólar em queda
 
Paulo Gala aponta que, no acumulado do ano, a moeda americana recuou em 8,64%. O dólar fechou o dia 31 de dezembro de 2022, último dia do governo de Jair Bolsonaro (PL), com cotação em R$ 5,29, e abriu em R$ 5,36 no dia 2 de janeiro. Na tarde desta quinta-feira (28) está em R$ 4,86.
 
O maior valor da moeda em 2023 foi registrado no dia 3 de janeiro, com R$ 5,48, enquanto o menor foi R$ 4,72, em 30 de julho.
 
3. Menor taxa de desemprego desde 2014
 
O Brasil atingiu o menor índice de desemprego no trimestre desde agosto de 2014 em setembro deste ano, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice também foi o menor para qualquer trimestre da pesquisa desde fevereiro de 2015 (7,5%).
 
A taxa de desemprego caiu para 7,7% no trimestre encerrado em setembro, um recuo de 0,4% em relação ao trimestre anterior. No mesmo período no ano passado, ainda sob gestão Bolsonaro, o desemprego estava em 8,7%, em plena recuperação econômica pós pandemia.
 
De acordo com o IBGE, 8,3 milhões de brasileiros estão fora do mercado de trabalho, número similar ao registrado em maio de 2015. Já o número de empregados, de 99,8 milhões de brasileiros, é o maior desde o início da série histórica, em 2012.
 
4. Aumento do emprego não tem pressionado os custos de produção
 
A massa salarial mensal real – soma das remunerações, diretas ou indiretas, recebidas pelo conjunto de assalariados de um país – atingiu a máxima da série histórica, em 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
 
O total chegou a R$ 288,9 bilhões, referente a um crescimento percentual de 2,4% na comparação trimestral e 5,5% em relação ao ano anterior. O avanço foi impulsionado pela expansão do emprego e o aumento do rendimento médio, resultado da migração para o trabalho formal e a alta do salário-mínimo.
 
O salário do trabalhador brasileiro teve aumento médio de 3,9% em comparação ao ano de 2022, com melhoras em 24 estados e no Distrito Federal, conforme estudo da consultoria Tendências. Foram desconsiderados no estudo as transferências do programa Bolsa Família, benefícios previdenciários e outras fontes de renda, como o seguro-desemprego.
 
5. Inflação em queda
 
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) exibe outro erro nas projeções econômicas do primeiro ano do governo Lula. Dados do IBGE, divulgados nesta quinta-feira (28), mostram que a inflação deve fechar dentro da meta de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O acumulado anual foi de 3%.
 
Dados do IPCA, que funciona como prévia da inflação, mostram que a alta dos preços deve bater 4,72%, abaixo do teto da meta e da projeção inicial do mercado para o primeiro ano do governo. É a menor variação em três anos, desde 2020 (4,23%). O índice havia subido 10,42% em 2021 e 5,90% em 2022.
 
6. Crescimento do PIB
 
O Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad (PT), indica estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 3% ao final de 2023. Os dados são da última pesquisa Quaest, divulgada nesta semana.
 
A expectativa do mercado previa um crescimento de somente 0,8 pontos percentuais. Ou seja, os economistas erraram a projeção em 375%. No primeiro semestre, o PIB brasileiro já havia crescido 2,7%.
 
Tanto a inflação como o crescimento do PIB são variações condicionantes à política permanente de valorização do salário-mínimo. A taxa de crescimento real do PIB dos dois anos anteriores influencia no cálculo do novo valor, que deve ser de R$ 1.412 em 2024.
 
7. Brasil entre as 10 maiores economias do mundo
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou, no dia 19 de dezembro, a projeção das economias para 2023. Na tabela, o Brasil ultrapassou o Canadá e deve terminar o ano como a 9ª maior economia do mundo, com PIB de R$ 2,13 trilhões.
 
O Brasil retornou ao patamar anterior ao governo Jair Bolsonaro, que levou o Brasil à 13ª colocação no ranking. Ao final de 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff (PT), o Brasil conquistou a 6ª posição no ranking das maiores economias do planeta, tendo ultrapassado, inclusive, a Grã-Bretanha.
 
Em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), a Presidência da República comemorou o resultado:
 
8. Indústria extrativa em alta
 
"O Brasil é a meca da transição energética do mundo. Tem a matriz energética mais limpa e praticamente todos minérios necessários para se fazer: baterias elétricas, aço verde e fertilizantes limpos", afirma Gala.
 
O subsetor das indústrias extrativas teve aumento de 1,8% na taxa trimestral em relação ao trimestre anterior.
 
9. Sinal de recuperação
 
A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) anunciou uma melhoria na posição do Brasil, elevando de BB- para BB. A agência não mudava o rating do Brasil desde 2019. A perspectiva, segundo o grupo, passou do cenário de estabilidade para positiva.
 
"Tais evoluções reforçariam nossa visão sobre a resiliência da estrutura institucional do Brasil, com uma formulação de políticas estável e equilibrada entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo", afirmou a agência em comunicado, apontando a volta da normalidade democrática no país.
 
Em julho, a Fitch elevou a nota de confiança no Brasil de BB- para BB em virtude do desempenho econômico do país e do compromisso do Governo Lula com a responsabilidade fiscal, devido à aprovação do novo Arcabouço Fiscal. Dias depois, a DRBS Morning Star melhorou a nota de crédito com tendência de estabilidade.
 
O movimento das agências de rating demonstra perspectivas de melhora nas condições fiscais e econômicas e o reconhecimento de que as medidas e reformas em curso no país estão no caminho certo”, comentou o perfil oficial do governo federal no X.
 
10. Ibovespa com alta recorde
 
Na última quarta-feira (27), o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores (B3), fechou acima dos 134 mil pontos, a maior alta de sua história. Este é o segundo recorde histórico da Bolsa neste fim de ano: na sexta-feira (22), o índice teve alta de 0,43% e ficou acima dos 132 mil pontos, marco que foi superado nesta semana.
 
11. Selic projetada em 9%
 
A Selic, taxa básica de juros, fechou o ano com percentual de 11,75%, após a quarta redução seguida determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Apesar de alta, a projeção do BC é de queda para 9% em 2024
 
O índice atual é de dois pontos percentuais a menos do que o cenário entregue pelo ex-presidente Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
 
https://revistaforum.com.br/economia/2023/12/28/economista-prova-em-11-pontos-que-economia-do-brasil-esta-bombando-151288.html


 

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