O coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia vai
entrar com uma representação no Congresso dos Estados Unidos contra o ministro
da Justiça, Sergio Moro, pela sua atuação com juiz na Lava Jato. Segundo o
membro do coletivo Adriano Argolo, em entrevista ao jornalista Glauco Faria
para o Jornal Brasil Atual desta segunda-feira (1º), Moro não violou apenas o
sistema acusatório brasileiro – como reconhecem os próprios procuradores nas
conversas reveladas pelo The Intercept Brasil – mas também envolveu
instituições americanas, como universidades e o Federal Bureau of Investigation
(FBI), induzindo-as ao erro.
Ele diz que as novas revelações sobre a atuação de Moro e
os procuradores que explicitam a atuação político-partidária da Operação Lava
Jato, com interferência inclusive nas eleições de 2018, caíram “como uma bomba”
entre os parlamentares norte-americanos.
Entre os membros do Ministério Público Federal (MPF),
existe grande insatisfação com a atuação da Lava Jato, a ponto um dos
procuradores que participaram das conversas reveladas na última sexta-feira
(28) ter confirmado ao jornal Correio Braziliense a autenticidade das
mensagens, contrariando o posicionamento de Moro e de Deltan Dallagnol, que
continuam questionando a veracidade do conteúdo revelado pelo The Intercept
Brasil.
“Estamos muito próximos de revelar a autenticidade dessas
conversas”, disse Argolo, para quem a revelação de que os integrantes da Lava
Jato só aceitaram a delação do empreiteiro da OAS Léo Pinheiro quando este
aceitou incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa a
confissão de um crime cometido pelos procuradores. Por outro lado, também
comprova a inocência de Lula no caso.
Na sequência das primeiras divulgações das conversas que
traziam a articulação indevida entre a acusação e o juízo, comprovando a
parcialidade no julgamento, o coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia
apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma notícia-crime contra Moro
e os procuradores da Lava Jato. O caso está sob relatoria do ministro Herman
Benjamin.
“O que essas pessoas cometeram foram crimes de
prevaricação, corrupção, improbidade administrativa e formação de quadrilha. É
sem dúvida o maior escândalo do poder Judiciário da história do Brasil.
Internacionalmente o caso está tendo repercussão imensa. No mundo Jurídico, são
poucas as pessoas que ainda mantêm o cinismo. Esse cinismo não vai durar muito.
Os fatos se sobrepõem ao discurso.”
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2019/07/coletivo-de-advogados-vai-entrar-com-representacao-contra-moro-no-congresso-dos-eua/
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