A
Revolução de Outubro, cujo aniversário hoje se assinala, marcou o século XX e a
luta dos trabalhadores e dos povos, concretizando a aspiração secular do homem
- a sua libertação social e humana.
Após
as experiências como a Comuna de Paris, onde durante 72 dias a bandeira
vermelha da classe operária flutuou hasteada no município de Paris num primeiro
exercício do poder pelo proletariado, a que se seguiu a revolução russa de
1905, a primeira grande revolução popular com a intervenção organizada da
classe operária e dos trabalhadores, surgiu a Revolução de Fevereiro de 1917,
que marcou o fim do poder czarista na Rússia.
Mas
o século XX viria a ficar marcado pela Revolução de Outubro, cujo 101.º aniversário
se assinala nesta terça-feira (7) pelo poder político dos trabalhadores e pela
construção duradoura de uma sociedade sem exploradores nem explorados,
concretizando a aspiração secular do homem – a sua libertação social e humana.
É o tempo em que o sonho e a utopia dão lugar a um projeto político e de
transformação social, no sentido da eliminação de todas as formas de exploração
e opressão.
De
uma Rússia semi-feudal, dominada pelo poder repressivo dos czares e da mais
alta nobreza, e fustigada pela exploração, a repressão, a pobreza, a fome e o
analfabetismo, nascia a 7 de Novembro de 1917 a Revolução de Outubro, com o
proletariado russo, liderado pelo Partido Bolchevique, a liderar o seu destino.
Era
o princípio da construção de uma nova sociedade onde, a par de grandes
dificuldades e obstáculos, se deram avanços históricos, nomeadamente ao nível
dos direitos dos trabalhadores e dos povos em geral. Passaram a ser assegurados
os direitos à habitação e ao ensino, com instrução geral e politécnica gratuita
e obrigatória até aos 16 anos. Conquistaram-se direitos à jornada de trabalho
de oito horas de trabalho e a férias pagas, mas também à assistência médica e a
um sistema de segurança social universal e gratuitos.
O
direito, de fato, das mulheres à igualdade, com importantes conquistas: o
direito e proteção na maternidade, incluindo a licença de oito semanas antes e
oito semanas depois do parto paga com salário normal; a instalação, em todas as
fábricas e outras empresas que empregassem mulheres, de creches para lactantes
e locais para a sua alimentação, devendo toda a operária que amamentasse o
filho dispor de pelo menos meia hora em intervalos não ultrapassando três horas
e o direito a não trabalhar mais de seis horas por dia.
Estes
e outros direitos e conquistas demoraram largos anos a chegar a outros países,
como aconteceu em Portugal, onde surgiram cerca de meio século depois.
Os
grandes progressos verificados a nível mundial – políticas sociais, derrota do
nazi-fascismo e libertação de países do jugo colonial – são inseparáveis da
Revolução de Outubro, dos seus ideais e valores, da solidariedade política,
diplomática, econômica e militar da União Soviética para com a luta dos
trabalhadores e dos povos de todo o mundo.
Com
o desaparecimento da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e do
socialismo como sistema mundial, o capitalismo tornou mais evidente a sua
natureza com os brutais retrocessos na vida de milhões de seres humanos e o
mundo mais exposto às tentativas de imposição de uma nova ordem ao serviço das
potências imperialistas, não olhando a meios para atingir os seus objetivos.
No
entanto, por mais que a ideologia dominante procure impor o pensamento único e
proclame o contrário, este não é o tempo do anunciado fim da história, mas sim
o tempo de continuar a luta pela liberdade, a democracia e o socialismo!
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