Tribunal
por tribunal, o Judiciário brasileiro vai adotando, como regra, a lei da selva.
Ou,
em carioquês, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Depois
de diversas decisões anti-trabalhistas, o Supremo Tribunal Federal está às
vésperas de liberar a terceirização indiscriminada (ou quase) do trabalho.
O
que significa, num pequeno resumo extraído do manifesto da Associação dos
Juízes pela Democracia (ainda os há): 24,7% a menos de salário e três horas a
mais de trabalho por semana, além de rotatividade 50% maior e frequente calote
nos direitos trabalhistas. Além de responderem, os terceirizados, por 80% dos acidentes
de trabalho e percentual idêntico dos apanhados em situação análoga à
escravidão.
É
a liberdade, proclamarão alguns de nossos togados deuses.
As
divindades menores também cumprem sua parcela na promoção da barbárie. O
presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo “liberou geral” o uso de balas
de borracha – aquelas que cegam pessoas, lembra? – pela PM contra manifestação,
antes limitadas às situações de confronto generalizados e, óbvio, agressão ao
policial.
Segundo
o presidente do TJ-SP, Paulo Dimas Mascaretti, a limitação poderia deixar “em
dúvida” o policial.
Agora,
não tem dúvida, pode mandar bala.
Porque,
diz o desembargador, ali na manifestação, ‘em meio a manifestantes ordeiros e
bem intencionados” estão “outros tantos com objetivos inconfessáveis (‘black
blocs’, arruaceiros e ladrões oportunistas)”. (parênteses, veja como a
tolerância com os imbecis mascarados facilitou a vida dos trogloditas)
O
“prende logo” policialesco que nossa Justiça assumiu vai se desdobrando nas
suas longas manus, que não se espere que vá ser moderado lá na ponta, se não é
na cabeça.
Enquanto
os lobos passeiam com as presas à mostra, encontro alguns coelhinhos
preocupados em fazer auto-análise.
Depois
não entendem porque perdem a periferia e na periferia.
http://www.tijolaco.com.br/blog/os-tribunais-da-lei-da-selva/
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