Eduardo
Bresciani e André Souza, em O Globo, publicam um levantamento essencial para
entender como, com exceções, pensam os juízes brasileiros.
E,
sobretudo, como agem quando se trata de aplicar a eles próprios a lei.
Três
de cada quatro juízes brasileiros receberam remunerações acima do teto
constitucional, revela levantamento feito pelo GLOBO analisando as últimas
folhas salariais dos 13.790 magistrados da Justiça comum brasileira, a maioria
de agosto. São 10.765 juízes, desembargadores e ministros do Superior Tribunal
de Justiça que tiveram vencimentos maiores do que os R$ 33.763 pagos aos ministros
do Supremo Tribunal Federal. Pela Constituição, esse deveria ser o maior valor
pago aos servidores, e lá está expresso que nesse limite estão incluídas
“vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza”.(…)
O
levantamento revela que a média das remunerações recebidas por magistrados da
Justiça comum é de R$ 39,2 mil. Esse valor exclui, quando informado pelas
cortes, os pagamentos a que fazem jus todos os servidores dos Três Poderes:
férias, 13º salário e abono permanência, montante pago a todo servidor que
segue na ativa mesmo já podendo ter se aposentado.
Num
cálculo aproximado, meio bilhão de reais pagos a estes juízes todos mês.
Consideradas as férias, 13º e encargos sociais, é modesto dizer que consomem
cerca de R$ 1 bilhão por mês.
Mais
da metade do que o “Bolsa Família” distribui a 50 milhões de brasileiros
pobres e que o ministro Gilmar Mendes
servem para a ‘compra de voto institucionalizada’ para governo se “eternizarem”
no poder.
Seguindo
o mesmo raciocínio, o dinheiro pago aos magistrados – ressalvo, com exceções –
também poderia ser interpretado como ‘compra de voto institucionalizada’ para
manter um sistema de privilégios institucionalizados.
Também
não é absurdo supor que, mais que o desejo de distribuir justiça, seja a
ambição de poder e vida fasta o que hoje mais atraia jovens de classe média
alta à carreira judicial.
Os
que apontam – com razão – que a corrupção é um dreno nos recursos que deveriam
ir para o serviço público e servir os mais pobres, porém, não se envergonham
de, ainda que as coisas estejam assim, quererem mais.
Dizem
que é preciso preservar “a dignidade dos
magistrados”.
Que
dignidade, excelências?
http://www.tijolaco.com.br/blog/para-entender-os-juizes-brasileiros/
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