Querida
amiga Maria de Fátima Oliveira, Gerente de Produção, Aparecida de Goiânia,
Goiás
Na
sua condição profissional a amiga certamente é bem informada quanto a barbárie
da luta de classes, notadamente nos discursos e ações dos portas vozes da
classe dominante.
Este
é o caso do “seo” Gilmar Mendes.
Claro
que sei que este senhor é ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo
seu indigitado comparsa Fernando Henrique Cardoso. Na posição de magistrado,
gente como esse senhor é tratada por excelência, com muitas referências típicas
dos louvores aos deuses.
Sei
que Gilmar é graduado, mestre e doutor, portanto, detentor de títulos
acadêmicos. Se seu comportamento conferisse com o cabedal de seus conhecimentos
e cargos como juiz do STF e presidente do Superior Tribunal Eleitoral e de seu
currículo eu seria o primeiro a tratá-lo com todas as honrarias de seus
títulos.
Mas
não é o caso. Porque o “seo” Gilmar Mendes se comporta como um panfletário e
incendiário da direita e do fascismo.
Este
senhor é um dos que atuam diuturnamente para ver o Brasil pegar fogo. Sua
covardia e desrespeito o fariam um trânsfuga pior do que Carlos Lacerda que
fugiu quando o povo descobriu suas mentiras contra Getúlio Vargas,
escondendo-se dentro de uma caixa d’água no Rio de Janeiro para não ser
trucidado pela multidão enfurecida e de lá fugindo para o exterior.
Em
carta aberta em 28 de novembro de
2015 que escrevi ao “seo” Gilmar
aqui já o descrevi como inimigo dos
indígenas, dos pequenos agricultores, dos trabalhares e dos pobres. Naquela
oportunidade identifiquei em seu discurso o profundo ódio e desgosto pelos
pobres, ao ponto de fazer disso meio de calúnia e injúria contra os direitos
assegurados pelo Estado social, que ele abomina com todas as forças de sua
falta de respeito.
Veja
a amiga o que o prófugo disse: “A gente fica imaginando a captação do sufrágio
como a compra do eleitor via distribuição de telha, saco de cimento, tijolo. Na
verdade, em termos gerais, dispõe-se da possibilidade de fazer políticas
públicas para aquela finalidade. Aumentar Bolsa Família em ano eleitoral,
aumentar o número de pescadores que recebem a Bolsa Defesa. Em suma, fazer este
tipo de política de difícil impugnação inclusive por parte dos adversários”.
Como
diria o meu pai na sua simplicidade de um trabalhador rural lá em Alegrete, RS,
ao lidar com os bois bravos nos arados: “o animal é tão desgraçado que dá coice
e ainda pisa em suas vítimas”.
Gilmar
Mendes trafega por corredores da mais perversa classe dominante e faz seu jogo
desalmado contra os trabalhadores e contra os pobres, julgando-os segundo sua
régua injusta.
Todos
os críticos, intelectuais, advogados brilhantes e pensadores bem situados no
universo da inteligência nacional sabem que Gilmar é de direita e seu
“juridiquês” nada tem de justiça como valor democrático e social.
Pelo
contrário, esse auto empoderado ministro, que “embora seja apenas um dos 11
ministros do Supremo Tribunal Federal, ele dá a impressão de ser muito mais
supremo juiz do que os outros, o dono da verdade definitiva, indiscutível,
absoluta, uma espécie de autonomeado “ombudsman geral” da República”, como
escreveu o competente jornalista Ricardo Kotscho.
Gilmar
se acha super supremo porque é imbuído dos ares de uma classe intolerante com
os trabalhadores, com os pobres, com os nativos, com a própria democracia e a
soberania nacional.
No
fiasco da bolinha de papel encenado e fracassado por José Serra lá estava
Gilmar Mendes para amparar seu companheiro de partido. Durante o golpe contra
nossa democracia Gilmar viajou à Portugal para integrar um seminário mafioso de
preparação do estrangulamento da decência política. Em almoços e jantares com
sua turma, muitos flagrados por fotógrafos e repórteres atentos, Gilmar é
presença segura com sua intransferível missão de assistente político da direita
com um discurso farsesco de jurídico. Desde a transição de poder, provocada
pelo golpe de Estado, Gilmar é assíduo frequentador do Jaburú nas caladas das
noites e da democracia brasileira. Sem dúvidas, como o era nos tempos de FHC, o
super supremo Gilmar é advogado informal do golpista Temer e do golpe. Aliás,
isso é muito grave e afrontoso à justiça em virtude das informações
privilegiadas que tem através do STF e do STE.
Agora,
na sexta feira, 21 de outubro de 2016, Gilmar Mendes discursou para uma plateia
de executivos e empresários brasileiros e americanos, em São Paulo, enchendo o
peito insuflado pelos golpistas e pela direita comandados partidariamente como
colaboradora dos Estados Unidos, que não querem o Brasil como parte de blocos
que não sejam os orquestrados por sua política externa de dominação e de rapina
do mundo, onde falou mal novamente dos pobres e dos programas sociais
inclusivos.
Com
sua costumeira agressividade, falta de respeito e de educação, em discursos
cínicos envoltos em linguagem hipócrita, Gilmar desqualificou o programa Bolsa Família – que atende atualmente cerca
de 13,9 milhões de famílias com renda “per capita” mensal entre R$ 85,00 e R$
170,00 – definindo-o como compra institucionalizada de votos.
No
fundo, sem análise crítica credenciada, até porque esse senhor é inimigo da
ciência, da pesquisa e da verdade, lascou asneiras ideológicas: “Com o Bolsa
Família, generalizado, querem um modelo de fidelização que pode levar à
eternização no poder. A compra de voto agora é institucionalizada”.
Ele
agrediu com mais afirmações discriminatórias, mas por detrás desta frase
escondem-se preconceitos ignominiosos, que poderiam ser classificados como puro
nazismo por parte dos setores sociais e econômicos representados por esse
poderoso político encastelado no judiciário.
Falar
em compra de votos ao se reconhecer os direitos à vida e à dignidade aos
pobres, sempre relegados ao desprezo pelas elites que se revezam desde 1500 no
roubo das riquezas sociais e do solo brasileiro, é tipicamente criminoso pelo fato
de esconder que sempre jogaram na marginalidade milhões de irmãos e irmãs
brasileiros e brasileiras.
A
marginalização sempre foi encarada como coisa “normal”, privilegiando os ricos.
Até correntes teológicas definem que Deus destina uns para as riquezas e muitos
para a miséria e para a pobreza, numa típica religiosidade para agradar os
exploradores. Agora que programas, ainda que tímidos e iniciais, funcionaram no
sentido de o Estado investir na recuperação da humanidade pisada, o “seo”
Gilmar vomita sua delinquência em face da carta universal dos direitos humanos
e da própria Constituição no seu espírito inclusivo e progressista.
Falar
em compra de votos sem a justeza de mencionar que seu chefe e maior farsante
intelectual, Fernando Henrique Cardoso, comprou votos para a aprovação de sua
reeleição ultrapassa todos os limites da honestidade intelectual.
Dizer
que o Bolsa Família, elogiado e recomendado pela ONU como o maior projeto de
combate à miséria e à pobreza, é institucionalização da compra de votos é
rebaixar os pobres à condição de seres incapazes e condenados a não ter
direitos, já que milhões deles ingressaram nas universidades e no trabalho,
para desgosto do preconceituoso antissocial.
No
fundo o “seo” Gilmar, com aquela empáfia arrogante, egoísta e autoritária,
defende os poderosos do mercado diabólico contra os investimentos sociais. Por
isso esconde, na verdade, que o seu maior desejo é o de que a elite
reacionária, conservadora, seletiva, apátrida, antissocial, antidemocrática e
antinacional, esta sim com ele junto, se eternize no poder comprando insanos e
canalhas, como aconteceu na Câmara e no Senado com o golpe
judicial-parlamentar.
Gilmar
odeia os pobres e todos os que lutam por justiça social.
Argumentos?
Nenhum, a ele como um dos atores do horror basta ser horroso e rancoroso ator.
Nada mais!
Na
luta pela derrubada do golpe, que
certamente desembocará numa profunda reforma política, o judiciário será
reorganizado e gente como esse “seo” Gilmar Mendes não terá mais espaço.
Fora
Temer e Gilmar Mendes!
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/domorvandil/261749/O-%E2%80%9Cseo%E2%80%9D-Gilmar-Mendes-novamente-nos-esbofeteia.htm
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