Quero
lembrar, mais uma vez, a palestra proferida por Sergio Moro, em agosto de 2015,
para um bando de executivos que pagaram R$ 1.800,00 para ouvi-lo falar sobre…
refinarias de petróleo.
Ele
afirmava que a refinaria Abreu e Lima, assim como outras obras similares, era
muito onerosa, e que, segundo ele havia ouvido de “colaboradores”, a informação
que “corria nos corredores”, é que não se pagava.
Esqueçam
estudos e estatísticas. O que vale é o que Sergio Moro ouviu de um “colaborador”
da Lava Jato.
Bem,
vamos às estatísticas.
Os
Estados Unidos voltaram a ser, nos últimos anos, os principais exportadores
mundiais de petróleo refinado. As guerras no oriente médio, que deu às suas
refinarias o controle de vastas reservas, certamente foi o fato determinante
para isso.
Como
todo grande exportador de manufaturados, os EUA precisam de mercados em
expansão. E o seu principal mercado, além de México e Canadá, que integram o
bloco comercial liderado pelos próprios EUA, é o Brasil.
De
2010 a 2014, as exportações americanas de derivados de petróleo (Petroleum
products) dobraram: passaram de US$ 61 bilhões em 2010 para US$ 120 bilhões em
2013 e US$ 119 bilhões em 2014, segundo o governo americano.
Em
apenas cinco anos, de 2010 a 2014, as exportações de derivados de petróleo dos
EUA geraram US$ 512 bilhões em divisas, o que daria, em reais, algo perto de
1,8 trilhão.
E
pensar que, na opinião de Sergio Moro, a refinaria de Abreu e Lima “não se
pagava”…
O
cineasta Fernando Meirelles, um dos que abraçaram a campanha em favor da Lava
Jato e contra Dilma, disse outro dia que o pré-sal não valia mais nada… Bem,
alguém avisa para ele que o petróleo refinado é hoje o principal produto de
exportação dos Estados Unidos.
Segundo
dados do Banco Mundial, a participação do item “fuel”, ou seja, de oleo diesel,
gasolina e similares, na exportação total dos EUA, saiu de menos de 2% no
início dos anos 2000 para mais de 11% em 2014.
O
aumento da produção de derivados nas refinarias norte-americanas, como a de
Pasadena, e tanto a sua exportação quanto sua venda para o mercado interno, foi
fundamental para que os EUA reduzissem o seu enorme déficit no setor de
energia. Observe como suas exportações de energia crescem enquanto suas importações
caem.
Esses
dados ajudam a explicar o golpe no Brasil. Os EUA financiaram, politica e
finaceiramente, a Lava Jato, para que esta destruísse o setor de refino e
infra-estrutura da indústria brasileira do petróleo. Com isso, o Brasil não
oferece mais risco de ser um exportador de derivados de petróleo, concorrendo
com as empresas norte-americanas.
Além
disso, com o cancelamento, desativação, suspensão, das nossas refinarias, o
Brasil passou a comprar quantidades crescentes de oleo diesel, gasolina e
demais derivados, dos Estados Unidos.
Segundo
o site World Exports, no item petróleo refinado (que é diferente de Petroleum
products, que inclui uma gama mais vasta de derivados), os EUA figuram como os
maiores exportadores mundiais. Em 2016, os EUA exportaram US$ 64 bilhões de
petróleo refinado, ou 13% do total mundial. Em segundo lugar vem a Russia, que
exportou US$ 46 bilhões em petróleo refinado.
https://www.brasil247.com/pt/colunistas/migueldorosario/310953/EUA-financiaram-Lava-Jato-para-fechar-as-refinarias-de-petr%C3%B3leo-no-Brasil.htm
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