Embora eu tenha muita religiosidade, não tenho nenhuma religião. Já em plena adolescência abdiquei de ter uma, não como um gesto de rebeldia, normal nessa faixa etária, mas como resultado de muita leitura, principalmente sobre a história da humanidade. Em virtude de fatos como inquisição, guerra santa, cruzadas, etc., acabei concluindo que se matou e continua se matando muito mais em nome das religiões do que propriamente salvando vidas. Passei então a comungar da idéia de John Lennon em sua canção Imagine, de que o mundo seria bem melhor sem elas.
Ainda assim, respeito a todas as religiões. Percebo a cada passo que elas estão se proliferando cada vez mais. Espero que ao invés de dividir, esse fenômeno sirva para unir e melhorar as pessoas.
Bem, de qualquer forma ao chegarmos ao final do ano, não há como escaparmos das diversas festividades, entre elas, a do Natal, comemorado no dia 25 de dezembro desde o Século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental, data cujo real significado é a celebração do nascimento de Jesus, a sua vinda a esta terra como Salvador. Nesta época, mais do que tudo, deveria ser uma data eleita para a reflexão, momento em que as pessoas deveriam elevar suas consciências aos mundos superiores, deixando que algo morresse em seus corações para que algo maior e mais sagrado pudesse nascer. Seria a oportunidade do renascimento em Cristo, de cultivar o verdadeiro amor cristão em todos os corações. Deveria aflorar nas pessoas a fraternidade, a caridade, a união, enfim, a mais pura expressão do amor.
Não é bem o que está acontecendo. No dia 24 de Dezembro, acreditando que o centro da cidade estaria mais vazio do que os outros dias que antecedem o Natal, fui fazer minha caminhada costumeira naquela região. Pude perceber que havia muitas lojas e mercados ainda em plena atividade. Todas estavam apinhadas de pessoas, no seu afã de comprar aquele presente de última hora ou o produto que ficou faltando para a ceia de natal. Ao passar pelo camelódromo, percebi que várias bancas estavam em pleno funcionamento, todas elas cheias de pessoas fazendo suas compras avidamente.
Ao ver a catedral do outro lado da rua, tive a curiosidade de entrar e tentar detectar alguém investido do verdadeiro espírito do Natal. Para minha surpresa, não havia ninguém lá dentro. Totalmente vazia, ao menos naquele horário. Resolvi então passar por vários outros templos religiosos que também celebram a festa natalina. Poucas pessoas encontrei neles. Pode-se dizer que a maior parte deles estava vazia.
Pois é. Parece que no embate entre o consumismo desenfreado e a religiosidade, o primeiro está vencendo de maneira avassaladora. As pessoas compram uma infinidade de coisas que na verdade não necessitam e que logo em seguida se transformará em lixo que irá prejudicar a natureza e ajudar a destruir o planeta. Por outro lado, fica jogado num canto, o que deveria ser o verdadeiro espírito do natal.
É isso aí. No Natal, lojas repletas e templos vazios.
Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
Ainda assim, respeito a todas as religiões. Percebo a cada passo que elas estão se proliferando cada vez mais. Espero que ao invés de dividir, esse fenômeno sirva para unir e melhorar as pessoas.
Bem, de qualquer forma ao chegarmos ao final do ano, não há como escaparmos das diversas festividades, entre elas, a do Natal, comemorado no dia 25 de dezembro desde o Século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental, data cujo real significado é a celebração do nascimento de Jesus, a sua vinda a esta terra como Salvador. Nesta época, mais do que tudo, deveria ser uma data eleita para a reflexão, momento em que as pessoas deveriam elevar suas consciências aos mundos superiores, deixando que algo morresse em seus corações para que algo maior e mais sagrado pudesse nascer. Seria a oportunidade do renascimento em Cristo, de cultivar o verdadeiro amor cristão em todos os corações. Deveria aflorar nas pessoas a fraternidade, a caridade, a união, enfim, a mais pura expressão do amor.
Não é bem o que está acontecendo. No dia 24 de Dezembro, acreditando que o centro da cidade estaria mais vazio do que os outros dias que antecedem o Natal, fui fazer minha caminhada costumeira naquela região. Pude perceber que havia muitas lojas e mercados ainda em plena atividade. Todas estavam apinhadas de pessoas, no seu afã de comprar aquele presente de última hora ou o produto que ficou faltando para a ceia de natal. Ao passar pelo camelódromo, percebi que várias bancas estavam em pleno funcionamento, todas elas cheias de pessoas fazendo suas compras avidamente.
Ao ver a catedral do outro lado da rua, tive a curiosidade de entrar e tentar detectar alguém investido do verdadeiro espírito do Natal. Para minha surpresa, não havia ninguém lá dentro. Totalmente vazia, ao menos naquele horário. Resolvi então passar por vários outros templos religiosos que também celebram a festa natalina. Poucas pessoas encontrei neles. Pode-se dizer que a maior parte deles estava vazia.
Pois é. Parece que no embate entre o consumismo desenfreado e a religiosidade, o primeiro está vencendo de maneira avassaladora. As pessoas compram uma infinidade de coisas que na verdade não necessitam e que logo em seguida se transformará em lixo que irá prejudicar a natureza e ajudar a destruir o planeta. Por outro lado, fica jogado num canto, o que deveria ser o verdadeiro espírito do natal.
É isso aí. No Natal, lojas repletas e templos vazios.
Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
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